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A Arte de Perguntar – Parte 1


Ao conhecermos o poder das perguntas a maioria de nós se depara com uma grande quebra de paradigma, pois desde que nascemos fomos educados a cada vez mais dar respostas. Sempre que entramos em contato com alguma situação que alguém nos traz, logo começamos a formular o que vamos dizer, muitas vezes antes mesmo da pessoa terminar de falar. Assim, sempre temos um conselho, uma história ou qualquer outra palavra na ponta da língua.

A maioria de nós acredita que esta é a única forma de proceder e seguimos correndo os riscos inerentes a este comportamento. Por exemplo, quantos de nós já demos um conselho que foi executado exatamente como falamos e os resultados não foram positivos? A sensação de passar por algo assim não é nada boa e a outra pessoa pode inclusive nos culpar pelo que deu errado. É importante considerarmos que cada um tem uma história e ao longo de suas vidas desenvolveu habilidades e comportamentos diferentes. Dessa forma, o que funcionou para nós não necessariamente funcionará para os outros. O que enxergamos como oportunidade não necessariamente é interpretado como tal na visão e capacidades dos outros.

Acredito que todos nós já tenhamos vivido essa experiência de alguma forma e às vezes sentimos quase que uma necessidade de opinar e dizer o que faríamos em determinadas situações. E é aqui que ocorre a grande virada: ao utilizarmos perguntas de forma consciente percebemos que é possível não fazer isso e somos então liberados dessa obrigação. Essa liberdade pode e deve ser utilizada no dia a dia, tanto no ambiente profissional como no pessoal.

Perguntar por perguntar não nos leva a lugar algum, mas fazer perguntas poderosas provoca questionamentos que vão muito mais além do que um bom conselho. E o melhor, a responsabilidade de agir continua com o outro. John Whitmore explora essa questão ao discorrer sobre as vantagens de se deixar as responsabilidades com quem deve decidir e executar as ações. Além de não corrermos o risco de sermos culpados caso algo não saia conforme o planejado, esta é uma forma de mostrarmos o nosso respeito pelas outras pessoas, assumindo que cada um tem em sua história um grande potencial e, por conta disso, deve saber o que é melhor para si mesmo.

 

Tenho plena convicção de que cada pessoa

carrega dentro de si excelentes respostas

que estão adormecidas, esperando pelas

boas perguntas que as farão despertar.

 

Quando isso acontece, ocorre o insight. Aquele estalar da consciência onde tudo fica mais claro e a solução dos problemas parece ser bem mais simples do que imaginávamos. Experimentar estes momentos é uma questão de se permitir mergulhar cada vez mais fundo, em busca desta sabedoria interna e assumir a postura de apoiar as pessoas que convivem conosco nessa busca. Imagine quão gratificante pode ser ajudar alguém a caminhar em direção aos seus objetivos sem interferir em suas escolhas, sem direcionar sua jornada com orientações que podem estar além de suas capacidades ou que possam entrar em rota de colisão com seus valores.

Essa é a verdadeira liberdade de conviver e apoiar quem está ao nosso lado, despertando o melhor de cada um!

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